quinta-feira, 16 de junho de 2016

Seminário reúne especialistas para debater o setor mineral

As possibilidades de parcerias e melhorias tecnológicas no setor mineral foram debatidas nesta quarta-feira, 15 de junho, durante o seminário “Minas e Mineração no século XXI”. O evento, uma parceria entre Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (SEDE) e Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), aconteceu na sede do BDMG, em Belo Horizonte.

Durante abertura do encontro, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Altamir Rôso, destacou a importância econômica do segmento e falou também sobre as perspectivas para o futuro da mineração. Na opinião dele, é fundamental investir em tecnologia e inovação para minimizar os efeitos da crise no setor mineral. Ele também destacou a importância de parcerias entre as empresas minerais com as companhias siderúrgicas e também as metalúrgicas. “O setor tem enorme peso em nosso PIB, gera riquezas, emprego e renda no estado. Precisamos olhar com bastante atenção para a mineração, para que ela seja, cada vez mais, indutora de desenvolvimento sustentável em Minas Gerais”, disse.

O gerente-executivo de planejamento estratégico da Vale, Lucio Cavalli, falou sobre a importância de se conciliar a exploração mineral com a preservação do meio ambiente. Para ele, é necessário um equilíbrio entre conservação e desenvolvimento. Ele apresentou detalhes do projeto S11D, desenvolvido pela Vale na região do Carajás, no Pará.

Outro que também defendeu a necessidade de equilíbrio entre desenvolvimento e conservação do meio ambiente foi o diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), Anderson Cabido, Na opinião dele, a conciliação entre preservação e exploração econômica das commodities é crucial para o avanço do setor mineral. Ele destacou também os impactos sociais que as grandes companhias exercem nos municípios mineradores e sobre a necessidade que estas cidades têm de diversificar a economia.

O ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Clélio Campolina, também explanou sobre a necessidade cada vez maior de se conciliar a preservação do meio ambiente e exploração mineral. Na opinião dele, a natureza deve ser explorada de forma sustentável, sem que ocorra prejuízo econômico nem danos ao meio ambiente. Ele acredita que a produção é uma forma de apropriação da natureza. “É preciso deixar os radicalismos de lado e combinar os processos produtivos com a conservação adequada”, pontuou.

A diretora-executiva da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Maria Luiza Machado Leal, acredita ser necessário mais investimentos em novas tecnologias. Durante palestra no evento, ela afirmou que Minas Gerais tem potencial para comandar os avanços tecnológicos na indústria brasileira. Para ela, além do setor mineral, é preciso identificar quais os outros setores industriais no Brasil demandam estas novas tecnologias, para se investir exatamente naquilo que será aplicado no setor privado.

Durante o seminário, o presidente interino da ABDI, Miguel Antônio Cedraz Nery, destacou a importância das parcerias para a mineração. Na opinião dele, a prioridade são as parcerias entre as companhias minerais dos setores mineral, siderúrgico e metalúrgico. Paralelamente, outras parcerias importantes seriam entre a iniciativa privada e as universidades. Ele afirmou ainda que é fundamental que todas as instâncias governamentais estejam alinhadas para execução de ações em prol da mineração. Para Nery, também é preciso modernizar a legislação brasileira diante das inovações tecnológicas que já estão em vigor. “As normatizações do setor mineral estão obsoletas”, acredita.

Durante o seminário “Minas e Mineração no século XXI”, os palestrantes e debatedores discutiram ainda temas relativos aos efeitos da crise econômica no setor, ações para superar os problemas econômicos, pesquisas em desenvolvimento para novas tecnologias, necessidade de melhor utilização dos recursos financeiros, além das possibilidades de parceria entre iniciativa privada, meio acadêmico e instancias governamentais. O encontro reuniu representantes do governo de Minas Gerais, executivos da iniciativa privada e da área acadêmica.

A indústria extrativa representa cerca de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro, e 4,2% do total nacional. Minas Gerais é referência no setor, abriga mais da metade das minas brasileiras e tem produção superior a três milhões de toneladas anuais. As commodities minerais respondem por 42,1% do total das exportações do estado.

Texto e fotos: Leonardo Silva Horta